Há propósito da mais recente polémica social , e porque há sempre pessoas que pensam e escrevem melhores do que nós, deixo-vos o link para um texto fabuloso, de um blog igualmente bom, o cocó, ranheta & facada, que retrata muito bem o meu pensamento sobre a questão da pedofilia e dos padres:
"O Papa, como no fundo o Sindicato dos Pedreiros muito bem sabe, está do outro lado [carneirismo, a alienação, o ensimesmamento]. É o chefe duma Igreja que se tem fartado de levar porrada, como é vocação de alguém que se dispõe a seguir Cristo, que levou porrada, ah, e morreu, por nós. Como as transições da História levam séculos a concretizar-se, a Igreja ainda tem comportamentos atávicos, do tempo em que o seu poder secular a tentava a tentar encobrir os seus pecados, sim, os seus pecados. Mas agora, iniciou lenta, mas seguramente, o caminho no sentido de pôr cobro aos abusos. Reconhece, pede perdão, quem sabe se até demais, aggiorna-se. E segue em frente."
Deixo também um texto de José Manuel Fernandes que gostei muito e que resume bem a euforia e o nonsense de grande parte das "posições públicas" perante esta situação:
"Se algo choca na forma como têm vindo a ser noticiados estes “escândalos” é o modo como, incluindo no New York Times, se tem procurado atingir o Papa. Não tenho espaço, nem é relevante para esta discussão, para explicar as múltiplas deturpações e/ou omissões que têm permitido dirigir as setas das críticas contra Bento XVI, mas não posso deixar de recordar o que ele, primeiro como cardeal Ratzinger e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, depois como sucessor de João Paulo II, já fez neste domínio.Até ao final do século XX o Vaticano não tinha qualquer responsabilidade no julgamento e punição dos padres acusados de abusos sexuais (e não apenas de pedofilia). A partir de 2001, por influência de Ratzinger, o Papa João Paulo II assinou um decreto – Motu proprio Sacramentorum Sanctitatis Tutela – de acordo com o qual todos os casos detectados passaram a ter de ser comunicados à Congregação para a Doutrina da Fé. Ratzinger enfrentou então muitas oposições, pois passou a tratar de forma muito mais expedita casos que, de acordo com instruções datadas de 1962, exigiam processos muito morosos. A nova política da Congregação para a Doutrina da Fé passou a ser a de considerar que era mais importante agir rapidamente do que preservar os formalismos legais da Igreja, o que lhe permitiu encerrar administrativamente 60 por cento dos casos e adoptar uma linha de “tolerância zero”."
Thursday, April 15, 2010
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1 comment:
Pois é meu caro estes são factos mas os pedreiros tb tem a pila onde não devem, e nada lhes acontece...
O ser cristão é uma grande cruz mas à que carrega-la para bem da humanidade.
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