Quando menos se espera...

...as opiniões desta senhora convergem com a minha!

Espero que os meus colegas de blog me perdoem, mas, se a Câncio continua a escrever assim ainda vamos ter de a convidar para vir aqui mandar umas postas.

O texto é auto explicativo por isso vou-me limitar a transcrever as passagens que gosto mais:

"Sim, lá estão eles outra vez, pensa uma parte não negligenciável das gentes, saturada de protestos professorais "

"e agora também, nos últimos tempos, de alunos a clamar por coisas como "fim dos exames nacionais"- e chocolates grátis, já agora, não?"

"é preciso que as escolas funcionem e porque não chega encher a avenida da Liberdade nem fazer greves muito participadas para mandar"

"É disso que se trata: mandar. Para o caso de ainda não se ter percebido. E para decidir quem, durante um dado espaço de tempo, manda, costuma haver eleições. Chama-se ao processo eleitoral processo de legitimação democrática por alguma razão"

"A democracia não é só eleições? Não, não é. Governar não é só mandar? Não, não é. Também é ouvir e negociar. Tudo isso sucedeu, e os professores averbaram várias vitórias. Querem "ir até ao fim"? Bom, é com eles. Mas se a ideia for derrubar o governo, talvez seja boa ideia dar uma olhadela às sondagens e tentar perceber quem ganhará se houver novas eleições. É capaz de não ser o PCP"

É, principalmente, este último ponto que pretendo agarrar.

Eu estou contra estes protestos dos professores principalmente por causa disto. Acho que é legítimo as pessoas fazerem manifs, mas o país não pode parar e, acima de tudo, as escolas não podem parar, porque os professores (quem diz profs diz camionistas) não gostam do governo.

Principalmente de um governo que foi eleito com maioria absoluta. Vejam bem as reformas que o governo já fez desde o início (não estou com isto a defender o governo estou a constatar factos), bem ou mal feitas alguma coisa tinha de avançar, vivemos um dos momentos mais difíceis da nossa democracia (já para não falar do mundo tal como o conhecemos), desde a 2ª Guerra Mundial.

Agora, se as reformas foram boas ou más isso vamos nós avaliar em 2009, para isso é que os mandatos são de 4 anos e não de 10, para um governo não ter tempo para dar (completamente) cabo de um país.

O busílis da questão vem agora, desde os juízes, os farmaceuticos, os professores, os alunos (este irracionalmente), os médicos, os camionistas, os desempregados das fábricas que fugiram para melhores paragens, etc... todos dizem cobras e lagartos deste governo. Quem chegasse a este país de repente, deveria pensar que o Sócrates não podia sair à rua.

No entanto, pasme-se, o homem continua com maioria absoluta nas sondagens... A culpa será da oposição? talvez, mas quem é que faz a oposição? a maioria das pessoas que diz mal do governo e da oposição nunca se interessou sequer em ler o programa de um partido e, hoje em dia, se calhar, já nem vai votar...

E não vai votar porque "não vale a pena", é sempre a mesma coisa...

Ora, para mim, em vez de estarem feitos parvos a fazer manifs que só dão força aos delegados sindicais para os chularem um bocado mais em quotas e folgas na empresa, os trabalhadores deste país, aqueles que se interessam, têm bom remédio, aproveitem o ano de 2009 para pôr o Sócrates dali para fora em vez de lhe darem outra maioria absoluta...

E se, por acaso, resolverem que o homem afinal até nem é mau de todo, então, depois, por favor, não se venham queixar e deixem trabalhar quem quer e quem precisa....