Friday, August 21, 2009

República dos Bananas

Com a brincadeira das bandeiras que ilustrou este quente mês de Agosto, ficou, pelo menos, a discussão...

O tema ganha ainda mais interesse com o famigerado caso das escutas que, quer de um lado (PSD), quer do outro (PS), os nossos responsabilíssimos responsáveis políticos insistem em trazer à baila...

Mas este não é caso único no nosso país...

Começámos por ter um Presidente que gostava de ter sido Rei (o saudoso Marechal Spínola), e que, por isso, foi logo posto a correr pela esquerdalha que infectava a nação no período de twilight zone que se seguiu à revolução...

Tívemos, a seguir, o famoso "rolha" Costa Gomes, cuja melhor característica que se lhe recorda é andar ao sabor da maré, a ver como paravam as modas e a tentar não ser "sacado" como o seu antecessor...

Tivemos então o salvador da pátria, o homem que nos resgatou de um comunismo iminente... O Generalíssimo Ramalho Eanes... Sucede, porém, que na iminência de terminar o seu mandato, e chegando à conclusão que ainda tinha muito para dar à nação, resolveu criar um partido político que lhe amparasse os anos da sua ditosa velhice, deitando assim pelo ralo qualquer tipo de imparcialidade que pudesse ter demonstrado...

Eis que chega o mais monarca de todos os nosso presidentes (até tentou deixar descendência), o Marocas. Começou por meter o socialismo na gaveta (ainda quando PM) e rasgou mesmo o cartão de militante quando assumiu o cargo... Depois... bom, depois foi um festival de oposição ao governo, de compadrio com o "seu" PS, ao qual regressou, aliás, depois de terminar o mandato...

Veio então o Sampaio, este foi mais escandaloso, não só foi pró-PS como foi pró uma facção do PS, conseguiu acabar com o Ferro Rodrigues e só derrubou o governo quando tinha lá a sua gente para ser eleita... Mais imparcial é impossível, viu-se, aliás, com o famoso discurso de que "há vida para além do déficit" (será que hoje diria a mesma coisa?)...

Para terminar esta pandilha temos o velho Aníbal, expoente máximo da nação, um vértice de seriedade e de equidistância entre as partidarices que tolham o nosso país... E assim parecia até chegar ao PSD a sua mais que tudo na política, de então para cá tem sido uma coordenação fantástica, um jogo de silêncios que tudo tem feito para que o "seu" PSD e a "sua" Manuela cheguem ao poder...

É para isto, enfim, que servem os nossos presidentes, não para representar o país, não para servirem de árbitros, não para serem elemento de união ou um bem comum da nação, mas, simplesmente, para "puxar a brasa à sua sardinha", para serem o ponta de lança do seu partido.

Em vez de serem o pêndulo da balança que deve ficar equidistante de todos, estão constantemente a viciar os pesos e a "ajudar" quem os ajudou anteriormente na sua vida política, ou a favorecer quem o possa fazer, mais tarde, quando for necessário uma candidatura ao Parlamento Europeu, ou novamente à Presidência, ou simplesmente uma fundação para se divertirem no inverno da sua vida...

E, enquanto isto, o contribuinte vai pagando os seus guarda-costas, o seu gabinete, as suas pensões, enfim, os custos das maravilhas do sistema republicano...

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