Wednesday, November 25, 2009

Quem disse isto? E estaria a falar do Sócrates?

"Existe uma separação entre o foro judicial e o foro político, mas nada impede uma acusação (e eventual condenação) na ordem política, porque se trata de um juízo totalmente distinto e independente da ordem penal (...) Num país democraticamente maduro, o que estaria em discussão era a substância do problema (ou seja, a censurabilidade política dos factos em causa) e não a legitimidade ou pertinência da apreciação da conduta do ministro do ponto de vista da sua responsabilidade política"

1 comment:

JECM said...

É isto que é verdadeiramente incrível. Todos falam da acusação judicial que podia ser feita. Agora que as escutas foram arquivadas, o PS diz que se provou que não havia razão para acusar Sócrates de nenhum crime, e que se tratava de uma perseguição.

O teor das escutas não é público, oficialmente, mas se o que me chegou aos ouvidos, a mim, e parece-me que a muitíssima gente, sobre o que ele disse nas conversas com o Vara é verdade, ou seja, que ele disse a Vara "temos que ajudar o nosso amigo Joaquim (Oliveira) com os seus problemas financeiros", não tenho dúvidas do seguinte (não tenho conhecimentos jurídicos):
1º - Nunca poderia ser acusado judicialmente com sucesso;
2º - Um PM a dizer a um administrador de um banco, cuja amizade mútua é conhecida, e cuja nomeação para o cargo teve influência directa do Governo, banco esse com o qual uma empresa do citado acima tem uma enorme dívida, para ser dada uma ajudinha, é um facto gravíssimo.
3º - Estes factos seriam suficientes numa democracia amadurecida, citando o texto do post, para o próprio renunciar ou ser levado a renunciar ao cargo que ocupa, seja ele qual fôr, pois a confiança política nesse homem estaria condenada pela opinião pública.