Monday, April 14, 2008

O Almirante vermelho!



Holocausto em Angola, da autoria de Américo Cardoso Botelho (Edições Vega). O subtítulo diz: "Memórias de entre o cárcere e o cemitério", é um livro que de acordo com António Barreto relata episódios que são hediondos e repugnantes. Em 1975, meses antes da independência, já se faziam "julgamentos populares", perante a passividade das autoridades portuguesas. Num caso relatado pelo autor, sete pessoas foram acusadas de crimes e traições, sumariamente julgadas, condenadas e executadas a tiro diante de toda a gente num estádio de futebol. As forças militares portuguesas e os serviços de ordem e segurança estavam ausentes e no caso de estarem presentes eram meros espectadores.

O livro relata, também, os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, conhecido por "almirante vermelho". A forma como serviu o MPLA, o que fez para derrotar os outros movimentos e aliar-se explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético.
O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República, que é bem explicito quanto ao seu "carácter" e "valores". Diz ele: "Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista."


Eu não tenho adjectivos suficientemente fortes para qualificar este senhor... já chamar-lhe senhor é uma grande benesse!


3 comments:

Anonymous said...

A fotografia diz tudo!!!!!

Anonymous said...

Atenção que já se apurou que esta carta é falsa. Foi publicada pelo jornal Expresso em 1998 e teve grande divulgação. Veio contudo a provar-se que tanto a carta como o facsimile eram falsos.

Contudo nada disse iliba o almirante que foi sem duvida um grande genocida do século XX e o único da História de Portugal. Deixou os pretos que lutaram por Portugal serem executados por vinganças do MPLA.

Anonymous said...

ESte éra os dos tipos que devia estar ao lado dos Milozevics, mas como é amigo do Mário Soares...

É por isso que Portugal é um pais da treta e a culpa tb é nossa...