VencedoresPSD (Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel) - Sem dúvida, digam o que disserem, é impossível argumentar contra esta vitória. A Presidente do partido, contra ventos e marés, escolheu o SEU candidato, e ele limpou o adversário, ao seu estilo e assumindo a corrente do jogo. Ganham em toda a linha, ontem o mapa eleitoral era quase todo laranja, incluindo os Açores (supreendentes 40% após as regionais do ano passado). Fantástico!!
BE - embora não tão retumbante como se lhe adivinhava, foi efectivamente uma das vitórias da noite. Ao início parecia que iriam espezinhar o PCP, ameçar o PS e partir rumo a um confortável 3º lugar. Após a excitação incial começou-se a verificar que, afinal, estavam taco a taco. No entanto, o simples facto de terem mais um deputado chega-lhes para cantarem vitória (sempre exuberantes como convém)... Ainda assim acho que a sua subida não é consistente, não ganham espaço próprio, aproveitam apenas o descontentamento de algum eleitorado socialista. Eleitorado que, se Alegre espirrar a favor do Sócrates, volta a correr para o Largo do Rato.
CDS - Contrariamente ao BE, não obstante o seu partido asa (PSD) ter subido nas eleições, conseguiu igualmente subir, mantendo os dois deputados quando era mais difícil fazê-lo em função da diminuição de deputados portugueses. Mais do que nunca a vitória contra as sondagens revelou-se correcta. O CDS manteve e até aumentou o seu eleitorado, não o fazendo às custas do PSD (como, no meu entendimento aconteceu entre o BE e o PS). O desafio era ainda maior tendo em consideração o aparecimento dos novos partidos como o MEP ou MMS que ameaçavam roubar algum espaço. Registe-se que o MEP teve um resultado em Lisboa perto dos 2,5%.
VENCIDOSPS - O maior é quiçá o único derrotado da noite, e dentro do PS o "Eng." Sócrates pelas mesmíssimas razões da vitória de Manuela Ferreira Leite, a escolha do candidato... Se a aposta era unir as esquerdas perdeu, se o medo era perder o centro, confirma-se...
Sócrates pode ter levantado aqui um grave problemas para as legislativas, o partido está divido e a esquerda está completamente espalhadas entre partidos, movimentos (Helena Roseta em Lisboa) e facções (Alegre dentro do próprio PS)... Vai ser preciso um grande golpe de cintura para conseguir tocar a rebate antes das legislativas.
Pedro Passos Coelho - É fantástico que num partido, a meio de uma campanha eleitoral, haja alguém que vem, em jeito de aviso, levantar o fantasma da divisão interna e por peso em cima do Candidato e da Presidente. Pedro Passos Coelho, talvez movido pelas sondagens, tentou "ganhar" na sua corrida pessoal com a eventual derrota do seu próprio partido nas eleições. Teve azar, um político experiente como ele já devia saber que as sondagens nem sempre são fiáveis (e hoje em dia cada vez mais), e que o PSD, regra geral, não paga a traidores... E teve ainda um azar extra, com o resultado de ontem começou a cheirar a poder no PSD, um cheiro que aquele partido e aquela gente conhece bem. Se antes ainda havia alguns a apostar no cavalo "Passos Coelho" para os levar ao poder, agora vão todos para a equipa da Presidente para ver se conseguem alguma coisita quando vier a, cada vez mais possível, vitória nas legislativas...