Wednesday, August 6, 2008

Pequim 2008


Sempre fui um fanático dos jogos olímpicos. Desde miúdo que assisto às provas e sempre me fascinou toda aquela espectacularidade do desporto, levada ao seu expoente máximo de 4 em 4 anos em diferentes partes do mundo. Dos saltos para a água ao ping-pong, tudo me prendia a atenção e eram sempre alturas das férias em que não descolava da televisão, "papava" aquilo do princípio ao fim sem interrupções.

Outra coisa que contribuía, e devia continuar a contribuir, para o glamour dos jogos olímpicos era, sem dúvida, toda a questão do espírito olímpico. O espírito olímpico como nós o assimilámos em criança tinha uma mística fora do normal. Era um significado de liberdade e de sã competição em que ganhava o melhor, independentemente do resto, uma mistura de poder físico e mental, que levava o vencedor/a a ser venerado/a quase como um Deus. Lembro-me bem de pensar que o Carlos Lopes era, sem dúvida, a pessoa mais importante de Portugal... que diabo! o homem tinha ganho a maratona!!!

Daí andar irritado com estas olimpíadas. Nunca gostei do regime chinês, brutal e opressor, um regime que prima pela restrição da liberdade do seu próprio povo e que não se faz rogado em prender torturar e matar sem qualquer espécie de julgamento, qualquer pessoa que se oponha.

Ultimamente desenvolveu o hábito irritante de querer mandar nos outros países também, e , se há uns que não se deixam intimidar, há outros, como o nosso, que obedecem em prol de uma boa relação comercial. Caramba, como se dizia antigamente, pobres mas honestos! Mas nós nem isso conseguimos ser...

Vamos assistir a uns jogos olímpicos em que ex-campeões, como este senhor, são impedidos de assistir, e em que os atletas vão andar oprimidos e desconfiados. Por muito que o comité olímpico diga que não, há sempre um mau estar. Uns jogos em que, em cada esquina de cada estádio, vão estar polícias armados e em que ninguém, desde o presidente do comité olímpico ao tipo que trata dos equipamentos, vai poder dizer aquilo que lhe vai na alma, em prol de uma sã convivência com um regime que não respeita nada nem ninguém.

Que raio de espírito olímpico temos nós aqui? Foi para isto que foram criados os jogos? É triste quando até o evento mais importante do desporto mundial está vendido a um mundo em que os dólares e os euros falam mais alto do que tudo o resto.

Eu não vou ver...

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