Erasmus 2

Erasmus devia ser como a educação: obrigatório e gratuito!!!

De todos os (longos) anos que passei na faculdade, o ano em que estive em Erasmus foi, sem dúvida, aquele que me enriqueceu mais em termos pessoais.

Longe de ter alcançado resultados académicos brilhantes, foram até bastantes pobres, aprendi imenso nos tempos que vivi à sombra da torre em Pisa. Aprendi que há toda uma Europa para descobrir, aprendi que os bons amigos se encontram onde menos se espera, e que são quem menos se espera. Entre Erasmus existe uma empatia natural, aquilo não se explica aquilo vive-se! Aprende-se mais em um dia de Erasmus (um dia não, há aquele primeiro dia em que pensamos: "que raio de m.... é que eu estou aqui a fazer??") do que em dez anos a ouvir falar dele.

Pela minha parte posso dizer que arranjei amigos para a vida, não daqueles amigos com que se janta todos os meses, nem sequer daqueles amigos com que se fala um vez por ano, nada disso... tenho consciência que se irão passar anos até voltar a ver certas pessoas que viveram esta experiência comigo, mas tenho a certeza que se um dia nos cruzarmos, e vamos cruzar de certeza, a amizade está lá, pronta a sair cá para fora.

Como diz o TPestana no post anterior, Erasmus é uma experiência bem delimitada no espaço e no tempo, é uma cidade, 500 estrangeiros desejosos de fazerem o que lhes apetece, e um ano há disposição para isso. Mas é aquela cidade aqueles 500 malucos e aquele ano.

Aqui há uns tempos voltei a Pisa para me encontrar com os meus companheiros de casa. Assim que aterrei fui com uma das italianas que vivia na nossa casa à praça do Duomo ver a torre. Quando lá cheguei, depois de percorrer as principais artérias de Pisa, senti que faltava qq coisa na cidade, comentei isso com ela ao que ela respondeu: "tens toda a razão, faltam as pessoas, Pisa está cheia de gente mas não está cá ninguém......".