Friday, January 8, 2010

Uma questão de semântica

Se há uma coisa que me irrita nesta coisa da aprovação ou não do casamento entre pessoas do mesmo sexo é apelidarem a questão de casamento "gay".

Esta denominação nasceu da suposta discriminação existente para o homossexuais por não lhes ser permitido o acesso ao casamento conforme estava regulado no Código Civil mas é uma classificação totalmente errada.

Hoje não foi aprovado o casamento gay, foi aprovado o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A proibição nunca foi a dos gays se casarem, foi a de qualquer pessoa homo ou heterosexual se casar com outra pessoa do seu sexo.

Neste momento, com esta lei, eu, não sendo gay, posso-me casar com um amigo meu (seja ele gay ou não) e ai de quem me venha dizer o contrário (vd. último episódio da série V do Boston Legal com o casamento entre o Deny Crane e o Alan Shore)...

Posso-me casar por diversos motivos, um deles é querer doar-lhe metade do meu património e não querer que hajas implicações fiscais pelo caminho, outro é que ele seja meu sucessor em detrimento dos meus familiares, etc. etc. nada a ver com amor, constituir família, ou seja o que for...

Poderão dizer-me que isso já existia se se tratasse de um homem e uma mulher, é verdade, existia principalmente com jogadores de futebol para as naturalizações, agora vieram banalizar ainda mais o leque de opções para a utilização do casamento fora do seu contexto e a banalização do instituto...

1 comment:

Anonymous said...

até já há quem diga que o rui costa se vai divorciar para casar com o david luis, e o luisão com o eusebio se a dona flora o "libertar".Mas parece que só no primeiro par é que a paneleirice é efectiva.