Há cerca de um mês atrás, estudantes portugueses e espanhóis, foram detidos em Riga, capital da Letónia.
O motivo da sua detenção terá sido o furto da bandeira nacional daquele país, tendo sido além disso, acusados de profanação de símbolo nacional.
Foi um choque!
Aqueles que as autoridades letãs imediatamente libertaram e que, "solidariamente", regressaram a Portugal, logo à porta do aeroporto da Portela clamaram por justiça, acusando de atitude fascista a polícia letã, e dizendo inclusivé que: "Eles podem-nos acusar de furto!Agora de profanação não!".
O português é tramado. E ao mesmo tempo chico-esperto. Sabe que fez asneira, que merece castigo, mas ao mesmo tempo também sabe o Código Penal Letão, e logo afirmou que não profanou!
É claro que é cultural. Habituados como estão a ver a nossa bandeira por aí esfrangalhada, servindo de tapete, encosto de cabeça, agasalho de canídeos, e de vestido de primeira dama, quais "armas sem coroa num pano verde-encarnado", é normal que o conceito de profanação surja quase como que doutro planeta.
Mas acontece que não é. E é mesmo aqui na Europa que insistimos em dizer que fazemos parte. Na Europa que se quer aproximar dos países da ex-URSS, que durante décadas não poderam hastear a sua bandeira. Que durante décadas sofreram um nacionalismo mudo mas persistente, um nacionalismo escondido mas corajoso, um nacionalismo oprimido mas esperançoso por ser livre.
Um dos autores da "façanha" (que vai contar aos netos, corajosamente), disse já em Lisboa:«o facto da Letónia ser um país novo, e as questões de identidade são muito sensíveis para as pessoas». Lá está. Como não podia deixar de ser, a razão eles conhecem-na. Mas está errado, meu caro. Não é por ser um país novo que as questões de identidade surgem sensíveis às pessoas. É porque a têm presente. É por saberem quantas pessoas morreram e derramaram o seu sangue pela sua bandeira. É por saberem que o mais importante é serem livres como Nação. Que por muitas desgraças que um povo passe serão únicos e unidos. É por quererem ver respeitado por todos, aquilo que para eles é sagrado. Nada mais.
Que cá se tenham perdido os símbolos não serve de justificação ao desrespeito pelos dos outros.
Que sirva de lição.Se não aos próprios, aos que a souberem aprender.
Não foram tipos como estes que carregaram a nossa Bandeira durante quase 900 anos.....
Graças a Deus...senão a notícia teria sido:
"Grupo de estudantes espanhóis detidos em Riga."
Sunday, June 17, 2007
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5 comments:
Grande Post! Quem fala assim não é gago...
Sinceramente não percebi bem o que se passou.. se foi um grupo de amigos que resolveu levar uma bandeira para casa como recordação e levou um arraial de porrada da polícia acho mal... mas se foi um grupo de putos que estava com os copos e decidiu andar aos saltos em cima da bandeira dos outros já acho mais adequado...
Seja uma seja outra situação, a única coisa que eu acho, é que esta gente não deve, não pode, ser recebida em Lisboa como heróis nacionais... devem pedir desculpa, devem assumir que fizeram porcaria, devem dizer que estavam com os copos e acabou a estória...
A cobertura mediática desta situação apenas revela um provincialismo invulgar de um povo que está mimado e não consegue assumir a responsabilidade dos seus actos... Não gosto de dizer mal dos portugueses, acho sinceramente que não devemos nada a ninguém, só acho é que se fosse um inglês ou um alemão, as respectivas televisões até teriam vergonha de passar esta tristeza desta estória na televisão...
Mais nada!!É isso mesmo, concordo a 100%!
é assim mesmo, concordo plenamente!!
VIVA PORTUGAL, ABAIXO O COMUNISMO, ABAIXO O LIBERALISMO SOCIALISTA, ABAIXOS OS LAICISMO REPUBLICANOS, VIVA A PÁTRIA, VIVA PORTUGAL...
Nem mais! É tipíco do "tuga" nunca assumir a responsabilidade pelos seus actos e arranjar uma desculpa para tudo!
É por essas e por outras que este país é, infelizmente, na sua generalidade, composto por gente mediocre...
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