Thursday, June 28, 2007

Doutores e Engenheiros

Comentava-se num programa de televisão do passado fim-de-semana que a quantidade crescente de licenciados desempregados se deve ao desajuste do tipo de licenciaturas face às necessidades do mercado.

Concordo.

Com efeito, assiste-se a uma fornada imensa de milhares de valorosos antropólogos, sociólogos, arqueólogos, psicólogos, filósofos e afins que urge perguntar: Para quê??? Ou melhor... Para quem???

Em Rio Maior, existe um centro de estudos que avalia as necessidades da região e ministra cursos no politécnico da cidade com vista ao preenchimento dessas carências.

De sete em sete anos, os cursos são revistos e adaptados às novas necessidades do mercado da região.

Resultado? 97% de “taxa de empregabilidade” dos alunos formados no referido politécnico (os restantes 3% decidiram prosseguir os estudos...).

Face a esta experiência de sucesso, não faria sentido organizar um estudo a nível nacional que concluísse, com precisão, quais as carências da economia nacional a nível de licenciados? Será que Guarda, Portalegre ou Castelo Branco anseiam mais por geólogos do que por gestores?

Talvez assim se evitasse, como hoje, formar milhares para profissões cujo único futuro é o desemprego.

Ok, uma medida deste género era capaz de chatear algumas universidades que vivem de máximas propinas e mínimos investimentos. Talvez seja mais barato formar um filósofo do que um químico, ou um sociólogo do que um agrónomo.

Mas que diabo, deve deixar-se a educação ao livre arbítrio do mercado?

3 comments:

Anonymous said...

CONTRA o PM e a sua falta total de princípios...VAMOS ASSINAR



http://www.petitiononline.com/ta...a/ petition.html

Anonymous said...

e deixar-se ao livre arbitrio do governo? apesar de tudo talvez seja melhor o livre arbitrio dos individuos, e necessáriamente do mercado

Anonymous said...

Bom post. Note que o Estado se escuda no princípio da autonomia das Universidades para não organizar/pensar estratégicamente o que quer que seja. Mas pior, nem as funções fiscalizadoras são devidamente desempenhadas, como o demonstra o caso da Univ.Independente. Por isso o ensino universitário, para além de remetido para o plano do "livre arbítrio do mercado", está absolutamente vetado ao abandono pelo Estado.