Tuesday, August 21, 2007

E porque se fala do Bloco...

O Bloco irrita-me, confesso.

Custa-me olhar para um partido político, com assento parlamentar, que nada tem para me oferecer.

Falo, naturalmente, desta atitude (in)consciente e provocatória, semi-assumida pelos dirigentes do Bloco, de se auto-proclamarem como um" partido de minorias".

E digo mais. Este caminho, a final, levá-los-á à extinção. Posso estar enganado, claro. Mas acho que não.

O Bloco vai de minoria em minoria, até não lhe restar ninguém a quem defender.

Porque nem todos os homossexuais são ecologistas, porque nem todos os ecologistas são sindicalizados, porque nem todos os sindicalizados são imigrantes e porque nem todos os imigrantes são de esquerda...

Ora, como se sabe, quem quer agradar a (quase) toda a gente, acaba por não agradar a ninguém.

Veremos.

8 comments:

Anonymous said...

A culpa desta merda toda tem dois rostos! Pai e mãe do Francisco Ganzas Louçã. Não por terem colocado aquele aborto no mundo, isso não têm qualquer culpa, porque mesmo sendo pais não poderiam adivinhar ter uma tremenda infelicidade destas. Agora, terem-se esquecido de dar as vacinas da esgana e da raiva ao porco dum cabrão é que aí ninguém lhes perdoa.
Confesso que apesar de eu ser Cristão, com este grande filho da put... não consigo ter qualquer tipo de misericórdia, é que este tipo dá-me tamanho nojo e "asco" que vocês não fazem a MÍNIMA IDEIA
Saudades que tenho do tempo das cruzadas...

Tiago Pestana de Vasconcelos said...

quem fala assim não é gago...

Anonymous said...

Caro Mansilha

Ao contrário de ti penso que o Bloco nunca irá desaparecer (pelo menos nos próximos anos).

Concordo contigo quando dizes que vive do apoio de minorias embora não esteja a ser fiel a nenhuma. Ziguezagueia entre ciganos, ecoturras, africanos, ilegais, homosexuais, gays e bichonas etc etc etc.

Mas o que realmente sustenta e move essas minorias são pessoas da classe média alta que se colocam numa posição de anti regime quase anárquica por um lado e numa posição de intolerância perante terceiros por outro lado.

O que alimenta os extremos é a degradação do centro político. Se juntares a isso a degradação da classe média vamos ter um aumento dos extremos económicos.

E é por isso que digo que o BE não vai acabar tão cedo. Os últimos responsaveis pelo poder em Portugal entregaram-lhes adeptos numa bandeja. A degradação do centro político é uma realidade e a diminuição da classe média é já hoje uma certeza.


Não sou daqueles tolerantes que dizem que o Bloco faz falta etc etc etc. Por mim fechava já amanhã que era para o lado em que dormia melhor.
Aliás se o estado não fosse orgânicamente parcial já tinha fechado ou pelo menos já tinha sido proibido de se sentar na Assembleia. Não é a primeira vez que o raivoso Louçã deixa escapar a sua notótia falta de valores democráticos. Lembro só um episódio em que o Louça disse ao Portas num frente a frente " O Dr. Portas não pode falar da questão do aborto porque não é pai" ...

Tiago Pestana de Vasconcelos said...

Grande Java,

Em parte concordo ctg. Numa sociedade democratica normal, a existencia de um partido com aquele cocktail de opiniões é irreal. So mesmo fruto das circunstancias, tal como tu dizes, do centrao inoperante e instalado, é que existe hoje em dia no panorama politico nacional.

No entanto nao posso deixar de concordar tb com o Eddie. O BE errou, está a disparar por todos os lados. Começou um caminho que lhe foi aberto de par em par mas está a chegar a uma encruzilhada. Por um lado tem pelouro na CML (já para nao falar na presidencia de camara em Salvaterra, mas aqui e mais uma questao de caciquismo do que convicção) e por outro anda a destruir campos de milho e a invadir propriedade privada. Perante este dois caminhos o BE vai ter de escolher um, de um lado tem a malta da politica XXI a puxar para o radicalismo e por outro tem uma serie de pessoas a querer ter responsabilidades governamentais... enfim, aguarda-se 2009 para ver o comportamento do BE, quer em autarquicas quer em legislativas, para vermos quem tem razao...

Eu voto no Eddie!

Tiago Pestana de Vasconcelos said...

Grande Java,

Em parte concordo ctg. Numa sociedade democratica normal, a existencia de um partido com aquele cocktail de opiniões é irreal. So mesmo fruto das circunstancias, tal como tu dizes, do centrao inoperante e instalado, é que existe hoje em dia no panorama politico nacional.

No entanto nao posso deixar de concordar tb com o Eddie. O BE errou, está a disparar por todos os lados. Começou um caminho que lhe foi aberto de par em par mas está a chegar a uma encruzilhada. Por um lado tem pelouro na CML (já para nao falar na presidencia de camara em Salvaterra, mas aqui e mais uma questao de caciquismo do que convicção) e por outro anda a destruir campos de milho e a invadir propriedade privada. Perante este dois caminhos o BE vai ter de escolher um, de um lado tem a malta da politica XXI a puxar para o radicalismo e por outro tem uma serie de pessoas a querer ter responsabilidades governamentais... enfim, aguarda-se 2009 para ver o comportamento do BE, quer em autarquicas quer em legislativas, para vermos quem tem razao...

Eu voto no Eddie!

João Melo said...

a mim tb me irrita

António de Almeida said...

-O BE ganhou força pelo acesso facilitado de muitos dos seus apoiantes aos meios de comunicação social, marcando agenda em questões mais ou menos fracturantes, mas que se esgotam, só podia crescer, por isso cresceu na sua base eleitoral de apoio, mas já atingiu um tempo onde se lhe exige mais do que fazer oposição, e aqui é o princípio duma lenta agonia, não tendo propostas construtivas, não conseguindo articular um programa sequer, o BE é uma manta de retalhos em termos de diversidade, demasiadamente grande para um partido ideológicamente colocado num espaço pequeno, com o PCP ávido por ocupar o espaço que o BE deixará, e tendo o PCP uma muito maior base militante de apoio, e efectiva organização no terreno, o discurso do BE tende a tornar-se repetitivo, logo menos apelativo a novos protagonistas políticos, o que a médio prazo conduzirão à agonia e desaparecimento do BE, eventualmente com algumas das suas figuras a ingressarem no PS, e, quiçá outras, menos, no PSD. Veremos.

Tiago Pestana de Vasconcelos said...

Para verificar a "crise" que se começa a instalar no BE, veja-se o manifesto no site da Ruptura/FER (Frente de Esquerda Revolucionária) sobre o acordo PS/BE na CML http://rupturafer.org/spip.php?article92

Este movimento é membro do Bloco desde a sua fundação..