Um dito comum nos debates em geral e nos políticos em particular é o “da discussão nasce a luz”. Pela minha parte não sei se nasce a luz ou ficamos todos mais na escuridão. Não obstante é certo que um brilho surge nessas ocasiões.
Este texto elogia todos aqueles me afrontaram em acaloradas discussão que umas vezes me cansaram e outras me desesperaram. Seja na blogosfera ou seja numa simples conversa de café. Nunca poderemos agradecer suficientemente a todos aqueles que por serem uns absolutos anormais ou umas bestas ignorantes, nos deram força para continuar. Da mesma forma nunca saberemos estar suficientemente gratos àqueles que nos humilharam em público ou desarmaram com raciocínios de lógica improvável dando-nos assim a verdadeira noção da longa estrada que ainda temos por calcorrear.
Veja-se este exemplo. Estão sentados numa mesa daqueles casamentos de um parente por afinidade em que vos sentam numa mesa com nove desconhecidos. Agora imaginem que vos dou a escolher entre os seguintes começos de conversa. A escolha é entre um “Parece que os noivos estão muito felizes, adoro o que eles fizeram com o espaço...” e um “Eu cá para mim esses pulhas fascistas que são contra o aborto era metê-los a todos no Campo Pequeno e passá-los à metralha”. Na primeira opção confesso que o meu primeiro impulso seria beber o copo de vinho branco de “penalty” e reabastecer rapidamente. Já na segunda outra coisa não se pode fazer senão esfregar as mãos de contente por debaixo da mesa. Imagine-se o quanto o tipo da segunda frase nos pode dar em termos de um serão bem passado. Revela-se em todo o seu esplendor. Não teme a imbecilidade e melhor que tudo está convencido que tem razão. Não se resguarda e por isso tem o supremo dom de não nos aborrecer. O que já não é pouco.
Imaginemos que nos davam a possibilidade de falar durante um hora com Joseph Stalin ou Madre Teresa de Calcutá. A quem teríamos mais coisas a perguntar, dizer, replicar, berrar, gritar? Não duvido que a vida da irmã fosse muito interessante, mas as histórias de aleijadinhos e coitadinhos são boas para abrir concertos dos U2. Agora... Perceber e verdadeiramente entrar na mente de Stalin é algo que não tem termo de comparação. Uma verdade indesmentível é que o mal é fascinante porque na maior parte dos casos o achamos estranho e desconhecido. O bem torna-se aborrecido.
Não quero com isto dizer que aponte como modelo aqueles que praticam o mal ou o encerram em toda a sua essência. Longe de mim fazer a apologia da maldade. O meu elogio prende-se com o estímulo do combate. Com o conhecimento do inimigo. Não é por acaso que ninguém liga quando se faz o elogio de algo, mas todos afiam as garras para cortar na casaca. Se nos dizem sobre alguém “É muito boa pessoa” provavelmente deixá-la-emos cair no esquecimento. Contudo se nos contam a saga de alguém que é mau como as cobras ou um demónio em figura de gente, como deixar de tomar logo o partido contra tal pessoa? Inconscientemente colocamo-nos do lado do bem, por oposição à perfídia que nos apresentam. Podemos descansar (aborrecer) na face do bem já que ele nos tranquiliza e na maior parte das vezes julgamos as nossas condutas como correctas.
Por isso não sejamos preguiçosos. Entre aqueles que respondem “pois...” e os que dizem logo “Isso é o que tu pensas...” escolhamos os segundos. Dessa discussão nasce a luz e normalmente é só para nós. Os que dizem um mero “Pois...” das duas uma, ou querem fazer-se de espertos quanto na verdade são umas antas e não têm ideias na cabeça ou então as antas somos nós e as ideias que temos na cabeça são um idiotice. Mesmo nesse caso fazem mal em não se aproveitar da nossa insapiência...
É por isso que agradeço a todos os que me comentaram, atacaram, interagiram. Os bons e os maus. No fundo os que fazem com que se esprema todo o sumo do prazer que é ter um blogue.
Este texto elogia todos aqueles me afrontaram em acaloradas discussão que umas vezes me cansaram e outras me desesperaram. Seja na blogosfera ou seja numa simples conversa de café. Nunca poderemos agradecer suficientemente a todos aqueles que por serem uns absolutos anormais ou umas bestas ignorantes, nos deram força para continuar. Da mesma forma nunca saberemos estar suficientemente gratos àqueles que nos humilharam em público ou desarmaram com raciocínios de lógica improvável dando-nos assim a verdadeira noção da longa estrada que ainda temos por calcorrear.
Veja-se este exemplo. Estão sentados numa mesa daqueles casamentos de um parente por afinidade em que vos sentam numa mesa com nove desconhecidos. Agora imaginem que vos dou a escolher entre os seguintes começos de conversa. A escolha é entre um “Parece que os noivos estão muito felizes, adoro o que eles fizeram com o espaço...” e um “Eu cá para mim esses pulhas fascistas que são contra o aborto era metê-los a todos no Campo Pequeno e passá-los à metralha”. Na primeira opção confesso que o meu primeiro impulso seria beber o copo de vinho branco de “penalty” e reabastecer rapidamente. Já na segunda outra coisa não se pode fazer senão esfregar as mãos de contente por debaixo da mesa. Imagine-se o quanto o tipo da segunda frase nos pode dar em termos de um serão bem passado. Revela-se em todo o seu esplendor. Não teme a imbecilidade e melhor que tudo está convencido que tem razão. Não se resguarda e por isso tem o supremo dom de não nos aborrecer. O que já não é pouco.
Imaginemos que nos davam a possibilidade de falar durante um hora com Joseph Stalin ou Madre Teresa de Calcutá. A quem teríamos mais coisas a perguntar, dizer, replicar, berrar, gritar? Não duvido que a vida da irmã fosse muito interessante, mas as histórias de aleijadinhos e coitadinhos são boas para abrir concertos dos U2. Agora... Perceber e verdadeiramente entrar na mente de Stalin é algo que não tem termo de comparação. Uma verdade indesmentível é que o mal é fascinante porque na maior parte dos casos o achamos estranho e desconhecido. O bem torna-se aborrecido.
Não quero com isto dizer que aponte como modelo aqueles que praticam o mal ou o encerram em toda a sua essência. Longe de mim fazer a apologia da maldade. O meu elogio prende-se com o estímulo do combate. Com o conhecimento do inimigo. Não é por acaso que ninguém liga quando se faz o elogio de algo, mas todos afiam as garras para cortar na casaca. Se nos dizem sobre alguém “É muito boa pessoa” provavelmente deixá-la-emos cair no esquecimento. Contudo se nos contam a saga de alguém que é mau como as cobras ou um demónio em figura de gente, como deixar de tomar logo o partido contra tal pessoa? Inconscientemente colocamo-nos do lado do bem, por oposição à perfídia que nos apresentam. Podemos descansar (aborrecer) na face do bem já que ele nos tranquiliza e na maior parte das vezes julgamos as nossas condutas como correctas.
Por isso não sejamos preguiçosos. Entre aqueles que respondem “pois...” e os que dizem logo “Isso é o que tu pensas...” escolhamos os segundos. Dessa discussão nasce a luz e normalmente é só para nós. Os que dizem um mero “Pois...” das duas uma, ou querem fazer-se de espertos quanto na verdade são umas antas e não têm ideias na cabeça ou então as antas somos nós e as ideias que temos na cabeça são um idiotice. Mesmo nesse caso fazem mal em não se aproveitar da nossa insapiência...
É por isso que agradeço a todos os que me comentaram, atacaram, interagiram. Os bons e os maus. No fundo os que fazem com que se esprema todo o sumo do prazer que é ter um blogue.
7 comments:
-Brilhante, não vou debater o que seria certamente mais interessante, mas vou acrescentar o meu testemunho, que os melhores debates que tive foram com o sr Romeu, que já não se encontra neste mundo, com idade para ser meu avô, comunista militante desde os anos 40, e que me considerava um inimigo de classe, por isso só me posso rever no texto.
BEM DITO, OU MELHOR, ESCRITO...
Eis o corpo e alma do que pretende ser o nosso blog. Uma boa discussão makes the world go round!!
Eu, pessoalmente, acho que Stalin era um pulha fascista, anti-aborto, a quem apeteceria metê-lo no Campo Pequeno e passá-lo à metralha...
“Querer o bem para nós é próprio de Deus. Querer o mal só depende de nosso querer. Não querer o bem é totalmente diabólico”
São Bernardo de Claraval (1090-1153)
Caro Luis, provavelmente é por estas e por outras que eu gosto tanto de ler os seus artigos e comentá-los, não só porque discordo por completo dos seus princípios clubísticos, logo, princípios e valores da vida, como estes que agora acabo de ler me deixam profundamente perplexo, logo, passo a explicar:
1 - Num casamento, se não se conhece a noiva, e se não é amigo do enforcado, jamais discutiria o espaço,as mesas e essas merdas, como menos ainda gastaria a minha saliva a falar sobre comunistas paneleiróides que no nosso passado recente sugeriram precisamente o descrito, meterem-nos a todos os FASCISTAS no campo pequeno e fuzilarem-nos. O tema que deveria vir para cima da mesa era naturalmente as 25 posições que um gajo faria com a noiva só na noite de núpcias!se as convidadas ficassem escandalizadas é porque tinham que ir igualmente ao castigo!
2 - Grande Luis, lamento profundamente que só o mal e as trevas lhe dêem luta e o estimulem na vida. Pode ter a certeza de uma coisa, fazer o bem e glorificar os mentores do bem, é muito, mas mesmo muito mais difícil que abraçar os detentores e obreiros do mal. Concerteza que o meu amigo vive muito bem, e não tem a mínima noção da sorte que o fabeja, por isso dê graças a DEUS e preocupe-se em discutir e a fazer o bem.
Abraços
Caro juíz
Como normalmente estão senhoras às mesa nos casamentos e sou tradicionalista vejo-me infelizmente impedido de discutir as 25 (só 25??) posições da noiva na noite de núpcias. Mas se tiver conhecimentos de damas que se prestam a tais tertúlias faça favor de ter a coragem de fornecer os respectivos contactos ao nosso administrador, porque o nosso jantar de blogue aproxima-se.
"lamento profundamente que só o mal e as trevas lhe dêem luta e o estimulem na vida"
"preocupe-se em discutir e a fazer o bem"
Isto não é um nadinha contraditório?
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